sexta-feira, 15 de abril de 2011

"REBU" À FRANCESA


            O  escândalo que envolveu a bilionária herdeira da L’Oréal, políticos franceses, muito dinheiro e um  belo e fascinante jovem espertalhão.

           Liliane Bettencourt não é nenhuma jovenzinha. Ao contrário, é uma velha senhora de 88 anos, muito rica, a mais requintada das francesas. Vale 23,5 bilhões de dólares, pois herdou do papai Eugène Schueller a gigante dos cosméticos L’Oréal. Bela e inteligente, casou-se com André Bettencourt e passaram a viver os belos prazeres da vuda: participavam de todas as festas chiques, possuíam propriedades em várias partes do mundo, moravam numa casa de luxo e bom gosto. Mas tudo isso discretamente, nunca aparecendo nas revistas de celebridades.
           André faleceu em 2007 e, num certo dia, estourou o “rebu”. A velha senhora foi parar nos jornais e todos ficaram sabendo o que ela fazia com seu dinheiro, porque sua filha Françoise Bettencourt-Meyers entrou na Justiça, pedindo que a mãe fosse colocada sob tutela, acusando o belo e carismático François–Marie Banier de “abuso de incapaz”. Segundo a filha, a mimada mãe não estava tão lúcida assim e ele a enfeitiçara. O que acontecera, afinal?
           O golpe de  Banier começara há muito tempo, pois ele conhecia Liliane e o marido há mais de 20 anos. Primeiro arrancou de André e, depois, de Liliane cerca de 1 bilhão de dólares! Tudo em presentes: casa na Provença, obras de arte (praticamente um museu particular), um apartamento luxuoso numa rua famosa de Paris, onde se instalou com seu laboratório de fotografias, seu escritório, recebeia seus amantes é homossexual) e hospedava o filho de um deles. E, finalmente, veio o presente das mil e uma noites: uma ilha no oceano Índico, com direito a aeroporto particular!
             Banier hoje está  gordo e feio. Mas há 20 anos era um belo quarentão, um anjo que arrebatava Paris com suas maneiras de príncipe, em seus ternos de um branco imaculado. Fascinava a todos: as mulheres, os homens, os ricos, os mendigos, os intelectuais, os idiotas. Nos grandes salões da moda, chegava e quebrava protocolos: era insolente e charmoso, pérfido e risonho, usava belas e agressivas palavras. E saía leve e faceiro! Ninguém lhe resistia, nem homens, nem mulheres. Era chamado “o homem mais louco, mais generoso, mais engraçado”. Famosos o admiravam e bajulavam: Salvador Dali, Pierre Cardin... Chegaram a compará-lo  ao poeta Rimbaud.
              Até que, naquele dia de 2008, tudo foi pelos ares!  A filha pediu a interdição da mãe e três  longos anos se passaram até que agora ambas anunciaram uma reconciliação. Mas há muitos escombros pelo caminho.  Diz o autor  da reportagem, Gilles Lapouge,  que "Dickens e, até mesmo Balzac, teriam dificuldades para imaginar semelhante imbróglio de paixões e ouro”. E ainda teriam de pedir auxílio a um escritor entendido em política, pois, no meio do escândalo, apareceram envolvimentos com políticos do partido do presidente Nicolas  Sarkozy. Um de seus ministros teria acobertado uma fraude fiscal  da família Bettencourt em troca de doações de campanha.  Sarkozy escapou ileso, mas algumas cabeças rolaram!
              E o “anjo” Banier virou diabo.Os empregados da casa de Liliane começaram a falar sobre ele: na intimidade dos anfitriões era odiosos, arrogante, desprezível, grosseiro, urinava nas preciosas plantas de Liliane, não respeitava a doença de André, tinha ataques terríveis de raiva quando queria dinheiro, chamava Liliane de ‘vagabunda”...
              Cessaram as investigações, mãe e filha se acertaram, mas ninguém sabe o que pode ainda acontecer. Suntuosos e sórdidos espetáculos ainda podem surgir detrás das cortinas!

                                                         Fonte: revista LOLA, nº 7, abril de 2011.

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