sábado, 9 de abril de 2011

O GRANDE AMOR DE NABUCO


                Sobre a biografia romanceada de Eufrásia Teixeira Leite,  o grande amor de Joaquim Nabuco.

             A amizade entre o diplomata Joaquim Nabuco e Eufrásia Teixeira Leite  começou quando eles tinham,  respectivamente, 13 e 12 anos de idade. As famllias estavam entre as nobres  da corte em meados do século XIX e participavam juntas das cerimônias imperiais restritas  à fina flor da sociedade da época.O primeiro contato enamorado entre os futuros amantes deu-se no verão de 1862, numa regata promovida pela Marinha em homenagem ao Marquês de Pombal, no Rio de Janeiro. Foi o início de uma intensa troca de correspondência entendida pelos dois como um namoro à distância. A relação seria retomada cinco anos depois, quando Joaquim Nabuco já terminava o curso de Direito e Eufrásia se inteirava dos negócios do pai. Passaram a viver um discreto romance, mantido sempre em segredo. A surpreendente história dessa filha da elite cafeeira é agora contada em forma de romance no livro "Mundos de Eufrásia", da escritora Cláudia Lage (Editora Record).
               Eufrásia  ficou conhecida como a "sinhazinha de Vassouras", cidade fluminense onde nasceu. Ainda moça, perdeu a mãe, o pai e depois a única irmã, tornando-se herdeira universal da fortuna da família. Administrou-a com rara competência, especialmente em um mundo em que as mulheres eram educadas para o lar. Mas esse não foi o caso das irmãs Teixeira Leite: elas tiveram anos de estudo e um pai que as incentivava a desen-
volver o pensamento lógico. Ele as queria empreendedoras. "Minhas filhas precisam saber contar dinheiro e ter noção do que lhes pertence", dizia Joaquim Teixeira Leite. Eufrásia multiplicou seu patrimônio e foi uma das .primeiras mulheres a frequentar a Bolsa de Val ores de Paris, onde era investidora.
                Em 1884, ela fazia parte do círculo intimo de amigos da princesa Isabel, que então vivia exilada em Paris. Foi na capital francesa que a sinhazinha e Nabuco viveram a fase mais intensa de seu romance, que durou 14 anos. Eles nunca se casaram. Eufrásia não queria voltar ao Brasil  e  Nabuco, que ganhara notoriedade como abolicionista, tinha planos políticos em sua terra natal. Ela optou por uma vida solitária, voltou ao pais em 1928 e morreu  dois anos depois. Atendendo ao seu desejo, as cartas de amor que recebera de Nabuco foram sepultadas com ela. Sem herdeiros, doou a sua fortuna às instituições de caridade da cidade de Vassouras.



Nenhum comentário:

Postar um comentário