domingo, 26 de junho de 2011

OUTRA VEZ A FELICIDADE

          Lendo a crônica do amigo Márcio Brasil, no Expresso dessa última sexta, em que ele aborda o tema “felicidade”, fui levada a refletir novamente sobre o assunto e cheguei a algumas idéias.  
       Uma delas é a de que a felicidade pode estar na própria busca da felicidade. Se nos lançarmos em sua busca ( e todos o fazemos, pois quem não quer ser feliz?), durante a caminhada teremos de ter atitudes que evidenciem o que queremos. Caso olhemos para os lados e nos preocupemos com a felicidades dos outros também, poderemos contribuir para isso e receber deles uma reciprocidade. E esta “troca de contribuições” irá  nos dar um grande impulso para ir em frente. Isto somente acontecerá se soubermos dar valor às pessoas com quem convivemos, a cada dia que temos chance de viver, às pequeninas coisas que sucedem no dia a dia e que, às vezes, passam despercebidas. E aprender com essas experiências. Sim, porque é necessário aprender a ser feliz e a ter uma visão clara do que vai nos dar felicidade.
         Por exemplo, se colocarmos  o “ser feliz” em tornar-se rico, famoso, ter um carro magnífico, namorar aquela pessoa que se acha linda, corremos o risco de atingir o objetivo e nos desiludirmos. Podemos ficar ricos e verificar que o dinheiro não consegue comprar tudo que nós queríamos e sentir um vazio interior impreenchível. E daí, dê-lhe festas, badalações, bebedeiras, aventuras, para preencher este vazio!
        Podemos chegar à fama. Mas será que teremos estrutura para suportá-la? A fama exige muitas coisas, desde trabalho constante para mantê-la, até a perda da privacidade, do direito de fazer o que se quer e na hora em que se quer. Por isso há tantas celebridades por aí perdidas num mundo de loucuras para chamar a atenção, em bebedeiras e drogas, que acabarão levando a um final  triste. Não tiveram estrutura e nem apoio para pagar o preço que a fama cobra.
          Colocar a própria felicidade nas mãos de outra pessoa também pode ser desastroso, pois aquela beleza que nos encanta pode esconder um ‘morcego” por trás de um “beija-flor”. Lembro de uma crônica que li tempos atrás, “O umbigo da Cida” (não recordo o autor), em que ele fala de um amigo encantado com a beleza duma moça, Cida, e que faz tudo para conquistá-la. Só que, a convivência com a “lindona” mostra que ela é uma pessoa vazia, que só “enxerga o próprio umbigo”, não tem nada além da beleza física para oferecer. Lembro ainda de um aluno meu,  que começou um namoro com uma garota linda, da outra turma, e logo desistiu. Quando lhe perguntei dela, repondeu-me: ”Ah, não deu, professora. Não fala nada que se aproveite!” (O rapaz era inteligente, estudioso, bem informado.)  Claro, namoro não são só beijos, sexo, carinhos! Há momentos em que se precisa conversar, dialogar. E aí é que a coisa desanda!
         Mas a maioria das pessoas apostam suas fichas nessas coisas (beleza, dinheiro, fama, poder terem  tudo o que desejam...). E como a mídia martela nos nossos ouvidos insistentemente que precisamos ser assim ou assado, ter isto ou aquilo para sermos bem sucedidos, acabam convencendo!  Desde que a indústria da propaganda tomou conta do mercado, houve uma inversão de valores e o superficial, o aparente passou a ser o mais importante. E quem não for inteligente, observador e esperto para se dar conta que o caminho não é por aí, acaba se dando mal.
          Assim, pense bem no que você precisa para ser feliz, aprenda com o que vê e ouve sobre o que acontece ao seu redor, para não fazer escolhas erradas e chegar onde não queria.

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