quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO 2

                No mesmo número do jornal “Expresso Ilustrado” a que me referi no texto anterior, o Dr. Ruy Gessinger (a quem não conheço, mas, pelo que escreve, julgo ser muito culto e inteligente) escreveu a crônica “Bons modos e berço”, na qual comenta um outro ângulo do tema educação, que é o modo como certas pessoas se comportam. Concordo plenamente com o que ele comentou.
                 Há pessoas que não respeitam os seus semelhantes, sejam vizinhos ou simplesmente os que encontram em lugares públicos. Quando gostam de alguma música, insistem em martirizar os ouvidos alheios com ela, colocando-a em altos brados, seja no som de casa ou do carro. Lembro=me de quando uma certa “Acolchoado Velho” começou a fazer sucesso e um vizinho a colocava no som a todo volume diariamente, “tapando de nojo” os vizinhos. Graças a Deus, um dia ele enjoou ou o Cd estragou!
                  Outro fato é o que acontece a cada vez que há algum evento público nas ruas da nossa cidade. Após o término, é impressionante a quantidade de lixo que fica no local! Basta olhar e se fica sabendo tudo o que foi consumido durante o acontecimento, pois ninguém se dá ao trabalho de colocar numa sacolinha o lixo que produziu, para depois depositar numa lixeira. É uma coisa tão simples, que iria colaborar com a limpeza da cidade!  Não sou muito chegada a eventos públicos, pois não gosto de aglomerações, mas nas poucas vezes que vou com minha família, faço questão de praticar este princípio de cidadania e sempre oriento meus netos a fazerem o mesmo, pois creio que é em casa que se aprende a ter educação.
                   Quanto aos que gostam de se exibir, colocando o som do carro em volume altíssimo, falando ou gritando para chamar a atenção, proferindo palavrões, contanto piadas de mau gosto, comportando-se como se fossem os donos do mundo, destes eu procuro me manter o mais longe possível! E tal comportamento não é privilégio da chamada ‘baixa classe”, há muita gente endinheirada ou com belos diplomas que não sabem comportar-se adequadamente em relação as outras pessoas. São os que a colunista e escritora Martha Medeiros, em seu livro “Doidas e Santas”, classificou como “ricos-pobres”, que têm dinheiro, mas não gastam um tostão em cultura, apenas torram em benefício próprio e propagam a ignorância, a grosseria, a arrogância, o atraso e a pobreza de espírito. Dirigem como se fossem donos das ruas,jogam lixo pela janela do carro, gritam palavrões para os outros motoristas, tratam mal as outras pessoas (principalmente se forem pobres) e os subalternos... Enfim, são aqueles dos quais já ouvi dizerem “se cai de quatro, sai pastando” (sem ofensa aos pobres ruminantes!). 
                      Como disse o Dr. Gessinger, falta-lhes berço. E o que é esse berço? É a boa e velha educação que se recebe em casa, dos pais, aprendendo a tratar todas as pessoas, mesmo as mais humildes, com respeito; comportando-se em público com atitudes adequadas; tendo atenção especial para com idosos, crianças, ou pessoas doentes ou deficientes. Resumindo, tendo aquilo que minha mãe chamava de “trato  social”: tratar bem todas as pessoas, pois “antes querida, do que aborrecida”.  E ninguém precisa ser rico para ter berço, basta ter uma família que o prepare para viver em sociedade! Lembro aqui de uma amiga de minha mãe, a qual ouvi dizer mais de uma vez: “Nós não somos ricas, mas temos berço.”
                    Por isso, eu tenho minhas dúvidas quando ouço falar em incrementar o turismo por aqui. Para os visitantes verem lixo espalhado na rua, orelhões todos depredados, locais públicos sujos, bancos e canteiros estragados... Primeiro há que se educar o povo, para depois receber visitas!  Cada vez gosto mais das praias de Florianópolis que visito, com sua limpeza e organização; as paradas de ônibus de acrílico limpas e sem nenhum estrago; as ruas, restaurantes, bares, cheios de gente, mas sem gritarias e arruaças...Lá em me sinto num outro mundo! Não estou querendo desfazer do que é nosso, mas a diferença é enorme!
            

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