segunda-feira, 16 de abril de 2012

UM HOMEM

   Da seção Conversa com Danuza, da revista CLAUDIA, de abril de 2012.

   Afinal, homem serve pra quê? Ah, para uma porção de coisas, e todas ótimas. Para namorar; por exemplo, ainda não se descobriu nada melhor.Pensar neles, sonhar com eles, fantasiar  a vida ao lado deles às vezes é quase tão bom quanto estar com eles.
    Homem é para realçar a vida das mulheres. Mas como saber se ele está cumprindo sua função? Simples. É quando você começa a se enfeitar; troca de penteado, capricha na depilação, compra um sapato de salto alto, faz ginástica e passa fome só para agradá-lo. Se você faz tudo isso - e com a maior alegria - é porque ele merece. Um homem que nota quando você está triste, se a perna está mais durinha e se o vestido é novo é muito, muito estimulante.   
   Um homem para quem você volta do trabalho correndo e, mesmo exausta, passa no supermercado para comprar a manteiga sem sal de que ele gosta, até umas flores (se estivesse sozinha, comia pão de forma gelado com margarina salgada e um copo de água). Um homem que desperta até a vontade de cozinhar é apenas a melhor coisa do mundo. Se ele, além de alegrar sua vida, ainda dirige o carro, procura vaga e paga o flanelinha, é a felicidade total.
     Um homem que sabe, em caso de necessidade, pregar um prego, trocar um fusível, matar uma barata, sinceramente, tem melhor? Tem, sim, e ainda tem muito mais. Um homem que faz você gostar dele apaixonadamente, que dorme abraçado com você (no inverno), que ouve seus problemas sem bocejar; que conversa, ajuda. Com quem você quer ter filhos e com quem faz os planos mais loucos, ah, isso é bom. Um homem que lhe oferece um ombro para você chorar, com quem dá risada, que te faz pensar: " Não consigo viver sem ele". Se encontrar um que faça você sentir tudo isso, agradeça a Deus: é tudo que uma mulher pode querer da vida.
     Só que nem todas pensam assim. Algumas acham que homem só serve para duas coisas: para entrar com elas nas festas (elas odeiam entrar sozinhas) e para pagar as contas. Amor? E quem está falando disso?
    Pela vida dessas mulheres nunca passou nenhum de verdade, esse é o problema. Elas nunca imaginaram a possibilidade de encontrar um homem, mesmo modesto, com sobrenome menos famoso, com quem pudessem tentar uma relação sincera e feliz. Nem podem: nunca ouviram falar que isso existe, veja você.
    Quando têm a sorte de arranjar um que cumpra as funções com que sempre sonharam, como se passam as coisas? Quando jantam sozinhos, falam de quê? Quando terminam de jantar, acontece o quê? Ninguém sai da mesa direto para a cama (quartos separados, claro); e, como nem todo dia tem festa (nos jantares elegantes, ficam sempre em mesas separadas), fotógrafos, champanhe, então como fazem? Como eles vivem? Mistério.
      É que nunca aconteceu a nenhuma delas de, um dia, num jantar enorme e bem chique, de repente perceber um homem interessante conversando num grupo, bem longe, mas olhando para ela com aquela firmeza. Fica claro que o que ele quer é sumir com ela, no ato, dane-se a festa, que a melhor, a melhor festa, seriam os dois, juntos e sozinhos. Se acontecer, será que ela percebe? E, se perceber, será que vai aceitar o convite?  Provavelmente, não. Ela nunca vai entender que homem só existe para uma coisa: fazer a gente feliz.

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