sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA FÉ E DA RELIGIÃO

      Na revista Cláudia, do mês  de novembro,  há uma interessante reportagem que trata da importância de os pais, a família, transmitir aos filhos  hábitos religiosos. Baseada em opiniões de filósofos, teólogos e de  algumas mães, a autora faz uma abordagem clara do tema, partindo do fato de que  tradição e doutrina religiosa perderam espaço na maioria das famílias, que vivem a espiritualidade de maneira informal, e afirma que esses rituais vão fazer falta para o futuro das crianças.
      Antigamente, os hábitos religiosos faziam parte do dia a dia das famílias  e os rituais passavam de forma natural de pais para filhos. Quem pensaria, por exemplo, há  anos atrás, em faltar à missa de domingo? Mas, nas últimas décadas, grandes mudanças aconteceram no território da religiosidade. Não há mais  uma obrigatoriedade social de praticar alguma religião, ninguém se sente constrangido  por não participar de algum credo,  ninguém se importa em saber qual é a religião do vizinho.  Os próprios movimentos contra os dogmas e as imposições  favoreceram tal fato. Inclusive a legislação brasileira, que instituiu a liberdade de crenças e abriu a todos a possibilidade de fazer escolhas.  Viver a espiritualidade sem se filiar a uma religião é uma tendência atual.
       Os estudiosos, entretanto, ressaltam a necessidade de os pais falarem a seus filhos sobre o que acreditam, reforçando que se trata de uma crença e não de uma verdade absoluta, para que eles tenham a liberdade futura de fazer suas escolhas. Isto é, é importante que se mostre à criança a importância de acreditar em algo, que se mostre o caminho, sem impor doutrinas. Principalmente, que se passe a elas as noções de respeito e amor ao próximo, sem mostrar preconceito contra as crenças alheias. E, o mais importante, que a criança sinta o valor da espiritualidade vendo a vivência dela por parte de seus pais,como  um legado de amor
     Enfim, é indispensável criar os filhos com noções de espiritualidade? Mario Sérgio Cortella, filósofo e doutor em educação, não tem dúvidas. "É importante, sim. Ela lhes dá a sensação de pertencerem  a algo maior, ao magnífico mistério da humanidade que não se restringe à matéria, ao concreto, que fenece. Isso traz autoestima para a criança, faz com que se sinta elevada, incentivando-a a reverenciar a vida - a dela e a dos outros -, os valores humanos e a beleza da natureza. Também traz noções de esperança, que  combatem o desespero", explica Cortella. Dora lncontri, doutora em educação, concorda. "Confere sentido à existência, auxilia no equilíbrio interno e  traz apoio diante do sofrimento e da morte".
    Completando o assunto, na revista Lola de dezembro, o filósofo pop, e ateu, o suíço Alain de Botton, afirma que é importante recuperar a importância de ideias como o sentido de comunidade, a bondade, a humildade e a empatia que as crenças religiosas proporcionam. Em suma, a religião é importante para a vida das pessoas.  Ele se diz verdadeiramente ateu, mas, em seu livro Religião para Ateus, argumenta que as religiões podem, sim, ser úteis, interessantes e reconfortantes, e que é importante utilizar suas idéias e práticas no mundo secular, laico e descrente. “Eu me interesso por sabedoria, consolação, comunidade, rituais e arte. E minha missão no livro é argumentar que os ateus precisam desses elementos tanto quanto as pessoas religiosas”, disse ele ao ser entrevistado pela jornalista Carol Vaisman.
   Botton sempre nadou contra a corrente de seus colegas filósofos, investindo num pensamento que procura identificar na filosofia, na arte e na literatura o que pode ajudar as pessoas no seu dia a dia. Nessa entrevista, ele explia como imagina ser possível “roubar” pedaços da religião para acrescentá-los ao mundo moderno, ataca os ateus ou debocham da religiosidade e dos crentes. E diz que, por mais que nos nos achemos centrados e racionais, nossa vida espiritual ainda está um caos.
       Na próxima postagem vou falar sobre a entrevista, pois acho o tema da fé muito importante  e considero que todos nós precisamos ter uma crença num ser superior (não importa o nome que lhe deem), para que tenhamos onde buscar forças nos momentos difíceis.
   

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