sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ARES FEMININOS NO FMI

       Um  cérebro  feminino chegou á direção do Fundo Monetário Internacional. Christine Lagarde diz que leva sua experiência de advogada, ministra, executiva e mulher. O que isso quer dizer???

        
   No dia 29 de junho de 2011, uma revolução explodiu no Fundo Monetário Internacional: uma mulher chegou à direção do Fundo. Foi algo totalmente inédito, pois, desde 1944, o diretor-geral sempre fora um homem. Aliás, o FMI parece adorar os homens: os comandos sempre estiveram nas mãos de seres vestidos de preto e engravatados, todos pertencentes à espécie masculina (arece aquele filme MIB- Men in Black). Mas agora tudo mudou. Um cérebro feminino comanda o Fundo: Christine Lagarde, uma francesa. Mas quem é Madame Lagarde?

   Foi ministra das Finanças, dirigiu um escritório de advocacia em Chicago e sempre conduziu seu destino profissional no meio dos homens com rara maestria. Venceu como ministra francesa da Economia, cumprindo as determinações do presidente Sarkozy.  Em sua posse no FMI, declarou levar para a atual tarefa toda sua experiência como advogada, ministra, executiva e mulher. Ela se diz liberal (liberalismo versão americana, Wall Street e bancos). Uma virtude que faz da mulher uma boa administradora é a de que elas não cultivam muito o gosto pelo risco. Além disso, a presença de uma mulher em um grupo estimula a inteligência de todo o grupo.

    Alta, elegante, contida, voz suave, sorridente (às vezes engraçada), bem penteada (conserva charmosos cabelos brancos), “classuda”, ela seduz.  Veste-se bem: escarpins, echarpe sobre os ombros, pérolas e pedras preciosas (que poderiam parecer “árvore de Natal” se não valessem uma fortuna).Tem dois filhos, rapazes de 20 anos, e a confiança entre eles é total. Divorciada do primeiro marido, há alguns anos  namora Xavier Giocanti, já conhecido dos tempos de faculdade. Ainda não se casaram, dizem que por falta de uma “janela de tempo” na vida agitada de Christine. Mas o amor deles parece ser um céu de brigadeiro: não moram juntos ( ele vive em Marselha, na França), mas se telefonam o tempo todo e se encontram sempre que possível.Christine e ele partilham os gostos por ópera e cantos da Córsega. Em recente entrevista, ela falou sobre sua cozinha seu catolicismo, seu título de campeã em nado sincronizado, sua preferência por panelas de cobre.

    Christine Lagarde chegou ao posto de chefe do FMI após   o lamentável episódio da queda de Strauss-Kahn, o comandante anterior que, em maio do mesmo ano, envolveu-se num escândalo sexual com uma camareira  do Hotel Sofitel, em Nova York. Christine compreendeu muito bem que sua estranha entrada na fortaleza do poder masculino do FMI adquiria também um sentido na epopeia do feminismo.       
   Mas o certo é que os olhos do mundo financeiro estão voltados para ela, esperando qual será sua capacidade de comandar a importante entidade financeira. Capacidade ela deve ter, senão não teria sido escolhida e galgada a tão importante posto de organizadora das complicadas finanças do mundo, que andam meio periclitantes ultimamente.       
     Feminina, feminista, não importa. O que se espera dela é que tenha mão firme na condução de negociações e visão atenta para as necessidades dos países endividados. Torçamos por ela!

                      (Fonte: revista LOLA, nº 11, agosto de 2011)

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