Não basta criar um filho com consciência
ambiental. Os pais têm de mudar suas atitudes em casa e ser o exemplo. Um
desafio nada fácil.
No
discurso fica fácil teorizar sobre conscientização
ambiental e preservação da natureza. O melhor seria transferir essa
responsabilidade para escola, certo? Porém, faz parte da nossa carteirinha de
bons pais tocar no assunto de maneira séria e responsável. Ou mudar de atitude
e ser exemplo. Não é fácil, o desafio é grande, mas vale a pena adotar pequenas
mudanças na nossa rotina. O cenário e complicado para nós, nossos filhos e para
as gerações futuras. Doenças praticamente erradicada ressurgem em função de
nossos maus hábito. Por exemplo, deixamos água limpa acumulada e propiciamos a
proliferação de larvas do mosquito Aedes
aegypti, aumentando o risco de doenças transmitidas pelo vetor, como
dengue, zika e chikungunya. Sem falar na recorrência de "fenômenos
naturais", como enchentes e deslizamentos de terras, entre outros, que são
resultados da interferência do homem junto ao meio ambiente. ,
Em outras palavras, precisamos ter uma
nova postura, incorporar novos valores e atitudes. Quanta coisa inútil
compramos num impulso consumista no supermercado que agridem o ambiente e nem
nos damos conta disso? Vou exemplificar uma questão que só percebi há pouco
tempo: o vidro é 100% reciclável, mas a gente ainda prefere levar uma garrafa
pet descartável para casa, um material que demora mais de 400 anos para se
degradar. Vamos nos fazer perguntas simples:
-
Costuma separar o lixo em casa?
-
Tem o hábito de deixar a luz acesa ou a TV ligada sem ninguém no local?
-
Sempre fecha a torneira quando escova os dentes?
-
Cuida o tempo que fica embaixo do chuveiro? Desliga quando vai se ensaboar?
-
Joga papel ou outro resíduo fora do lixo?
Pense nas respostas. Sempre é tempo de mudar.
Atitudes simples, como separar o lixo
em
casa - pode ser apenas separar o seco do orgânico (afinal, temos um sistema de
coleta
seletiva
deficiente na cidade) - já são de grande valia. Fechar a torneira enquanto
escova os dentes, desligar a luz quando sai do ambiente são gestos que ajudam a
formar um cidadão mais consciente. Além de atitudes, que tal ter conversas
francas com o filho diante de situações corriqueiras do nosso dia a dia?
Em um desses dias de chuvarada que têm sido
tão recorrentes na Boca do Monte, aproveitei uma pergunta da pequena para explicar
que não é o Papai do Céu que manda alagar ruas e casas. Foi uma oportunidade de
explicar que o ser humano está usando o solo de forma errada. A gente constrói
onde não deve, tem o hábito de jogar lixo em qualquer lugar e o resíduo acaba
indo parar no rio, vai entupir os bueiros e etc. Assim, não tinha mais espaço
para o rio correr no seu leito e ele transborda, o bueiro está com tanto
entulho que joga a água para cima.
A linha de pensamento aqui é egoísta. Ou seja,
a de preservar a nossa raça, a humana. Para isso, precisamos viver em harmonia
com a fauna, a flora e as nossas águas. Infelizmente, não conseguimos mudar o
mundo, mas vamos fazer a nossa parte, em casa, com a gente e nossos filhos. Lá
em casa, estou tentando criar sujeitos melhores do que eu, que sejam permanentes
fiscais e cuidadores do meio ambiente. Repito, não é fácil, o desafio é grande
...
(Ticiana Fontana – Diário de Santa Maria, 10/01/2016)
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